Break even point

break even point

Por Comunicação Liguesite. Tempo estimado de leitura: 24 minutos.

Quando falamos sobre o Ponto de Equilíbrio (PE), também conhecido como Break Even Point, de um negócio não nos referimos a algo místico, e sim, sobre o equilíbrio financeiro. Sabe aquele tão sonhado momento em que a empresa para de dar prejuízo e começa a ser autossustentável a ponto de gerar lucros? 

O ponto de equilíbrio é o indicador mais desejado pelos empreendedores. Existem muitas dúvidas de como identificar esse ponto e como fazer para calculá-lo. Vamos explicar de uma maneira simples para você entender como isso funciona. 

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O que é ponto de equilíbrio e por que você precisa conhecê-lo

Para quem ainda não entendeu o que é break even point, ou ponto de equilíbrio, ele é o momento certo em que a sua empresa começa a bancar seus próprios custos e despesas fixas e variáveis, mas ainda não sobra nada para o empresário e seus sócios.  

Muitos o chamam de “marco zero” ou até mesmo o definem como o “momento em que as coisas começam a dar certo e você finalmente pode começar a respirar”.  

Ou seja, o seu negócio está conseguindo equilibrar suas contas. Caso o caixa não consiga cobrir os gastos do negócio, ele está desequilibrado e isso pode colocar em risco as suas atividades. 

Você, empreendedor, pode usar o ponto de equilíbrio para descobrir quando os lucros vão surgir, como precificar produtos/serviços e como será o próximo mês. 

O que é break even point

Quando a sua empresa vai começar a dar lucros?

Vale lembrar que a receita de uma empresa não é sinônimo de sucesso. Uma análise do seu ponto de equilíbrio vai te mostrar quando o lucro será real e também se a receita alcançada terá uma grande ou baixa margem de lucro. 

Não existe uma fórmula certa que vai dizer qual é o exato momento que a sua empresa vai começar a dar um bom retorno. Além do PE, para o lucro começar a aparecer você precisa: 

- Exercitar a sua paciência: pesquise concorrentes, pesquise o mercado e saiba todas as possibilidades que o seu segmento pode oferecer. O retorno do investimento em uma empresa é totalmente incerto e por isso você precisa saber lidar com tudo o que surgir, ou seja, ter resiliência. 

- Focar nas vendas: suas estratégias de vendas devem estar em perfeita sincronia com suas estratégias de marketing. Os dois precisam caminhar juntos e de mãos dadas. Seu cliente não pode receber duas mensagens diferentes. O cliente não gosta de ficar confuso, isso só faz uma empresa perder novas vendas. 

- Ter uma gestão eficiente: a gestão financeira é fundamental para o sucesso. Um fluxo de caixa bem administrado pode fazer uma empresa ser bem-sucedida, quando investido nas áreas certas na hora certa. 

Como precificar e identificar quais produtos/serviços contribuem para o seu negócio lucrar mais?

Uma das maiores dúvidas dos empreendedores iniciantes é definir o melhor valor para o seu produto/serviço. Para chegar em um valor satisfatório é preciso determinar margem de lucro desejada, situação de mercado e despesas. 

Essa é a maneira mais precisa para encontrar um valor justo para a sua empresa e também para o seu cliente final. Junto com o PE, você precisa atrair a atenção dos seus clientes. Tudo isso para: 

- Satisfazer seus clientes 

- Definir qual é o seu público-alvo 

- Enfrentar toda a sua concorrência 

- Pensar em descontos futuros 

- Ter um bom fluxo de caixa

Teremos lucros ou prejuízos no mês?

Quando você sabe quantas vendas são necessárias para cobrir os custos e obter lucros e qual o desempenho médio das suas vendas, você pode confiar ainda mais nos resultados previstos para o seu crescimento. 

Antes de calcular, vale lembrar algumas variáveis importantes

Para aprender a calcular o ponto de equilíbrio financeiro, você precisa entender o que significa algumas variáveis importantes. 

Custos e despesas variáveis

São classificados como custos e despesas variáveis tudo aquilo que acompanha proporcionalmente o ritmo de produção da sua empresa e pode sofrer alterações com o tempo. Esses custos mudam de acordo com o seu volume de vendas e/ou prestação de serviços. 

Por exemplo, sua empresa precisa comprar matéria-prima de acordo com a demanda. Se o seu volume for baixo, automaticamente diminui a compra de matéria-prima e se o volume for alto, automaticamente aumenta a compra da mesma. 

Isso acontece com energia e água. Salários não são classificados como custos variáveis, mas o que pode encaixar nessa categoria são as horas extras e até mesmo os trabalhos temporários. 

Custos e despesas fixas

Como o próprio nome indica, custos e despesas fixas são tudo aquilo que é fixo, independente do volume de produção da sua empresa. Mesmo que ocorra uma oscilação no volume de vendas/prestações de serviços, os custos e despesas fixas vão permanecer as mesmas. 

Você enquadra como custo fixo aluguel, segurança, limpeza, salários, telefone, internet, manutenção de equipamentos, advogado e muito mais. 

É importante lembrar que por mais que esses valores sejam “fixos”, pode ocorrer uma ou outra variação, como por exemplo, o reajuste do aluguel. Mas isso não acontece com tanta frequência para ser definido como um custo variável. 

Lembre-se: custos e despesas são diferentes! 

Antes de continuarmos nossa lista, vale lembrar que custos e despesas são dois itens diferentes, apesar de muitos acharem que são a mesma coisa.  

- Custos: são todos os gastos da sua empresa com o produto final e estão diretamente ligados à compra ou produção do seu produto. Custos são a compra de matéria-prima, mão de obra, gastos de produção (depreciação de máquinas e equipamentos), manutenção, materiais para limpeza, viagens a trabalho e muito outros que seguem essa linha. 

- Despesas: são todos os gastos envolvidos na administração do seu negócio. Aqui se encaixa sua equipe comercial, de marketing, desenvolvimento, RH e financeiro. As despesas estão envolvidas com aquilo que mantém o seu negócio funcionando, mas não estão necessariamente envolvidos com a produção do seu produto. Pode colocar nas despesas água, luz, internet, aluguel, materiais de escritório, alimentação, transporte etc. 

Vendas

As vendas são todos os valores que vieram da comercialização dos seus produtos/serviços. 

Margem de contribuição

A margem de contribuição é um dos itens que mais geram dúvidas. Para evitar isso vamos falar de um jeito bem simples. 

Digamos que você precisa comprar o que será vendido (ou até mesmo a matéria-prima) e ainda por cima, precisa pagar algumas despesas que vem de brinde com as vendas, como é o caso do imposto sobre a venda e também o imposto das comissões dos seus vendedores. 

Você sabe quanto vai sobrar para a sua empresa pagar as despesas fixas e você obter lucros? Esse valor é o que chamamos de margem de contribuição. Também conhecida como ganho bruto, a margem de contribuição representa quanto o lucro da venda de cada produto/serviço contribuirá para a empresa cobrir todos os seus custos e despesas e ainda gerar lucro. 

Para você encontrar a sua margem de contribuição pode fazer o seguinte cálculo: 

Margem de contribuição = Valor das Vendas – (Custos + Despesas Variáveis). 

Ao obter a sua margem de contribuição, você já terá todos os dados suficientes para calcular o seu ponto de equilíbrio. 

Como calcular o ponto de equilibrio para aplicar na empresa

Como calcular o break even point para aplicar na empresa?

Antes de mais nada, saiba que quando uma empresa consegue encontrar o seu próprio equilíbrio já pode ter certeza de que não está mais perdendo dinheiro. Conseguir pagar as contas é o primeiro passo para sobreviver e também para começar a gerar lucros.  

Agora que já conhecemos os dados importantes, vamos para as equações. E não se preocupe! Encontrar o ponto de equilíbrio do seu negócio não é um bicho de sete cabeças, mas vai exigir muita atenção. 

Existem três formas de calcular o break even point do seu negócio: o Contábil, o Financeiro e o Econômico. 

Ponto de Equilíbrio Contábil

O ponto de equilíbrio contábil é a forma mais simples e também a mais utilizada pelos gestores. Nessa equação o valor dos custos e despesas fixas é divido pela margem de contribuição. O resultado é o valor necessário para igualar os custos de um negócio. Agora vamos para o exemplo! 

Considere as seguintes informações: 

• Capacidade produtiva: 2.000 unidades/mês 

• Produção atual: 1.500 unidades/mês 

• Preço de venda: R$ 50,00 por unidade 

• Custo variável: R$ 12 por unidade 

• Custo fixo total: R$ 15.000 

• Despesas variáveis: R$ 20,00 por unidade 

• Despesas fixas totais: R$ 8.000 

• Margem de contribuição unitária = preço de venda – (custos + despesas variáveis) 

Margem de contribuição unitária = R$ 50 – (12+20) 

MCu = R$ 18,00 

ponto de equilíbrio contábil = (custos + despesas fixas) / margem de contribuição unitária 

PEC = 15000 + 8000 / 18 

PEC = 1277.7 unidades 

Ou seja, você precisa vender 1278 unidades para conseguir zerar todas as suas contas e não ter prejuízos financeiros. 

Ponto de Equilíbrio Financeiro

O PE Financeiro tem um cálculo muito parecido com o PE Contábil. A única diferença entre os dois é que no Financeiro a depreciação dos ativos (perda de valor de um ativo, por exemplo, as máquinas) e outras despesas não desembolsáveis (depreciação, amortização, provisão para devedores duvidosos) são retiradas dos custos fixos. 

O Ponto de Equilíbrio Financeiro considera como custo apenas os valores que realmente saíram do caixa da empresa. 

ponto de equilíbrio financeiro = (custos + despesas fixas – depreciação, amortização e exaustão) / margem de contribuição unitária 

• Capacidade produtiva: 2.000 unidades/mês 

• Produção atual: 1.500 unidades/mês 

• Preço de venda: R$ 50,00 por unidade 

• Custo variável: R$ 12 por unidade 

• Custo fixo total: R$ 15.000 

• Despesas variáveis: R$ 20,00 por unidade 

• Despesas fixas totais: R$ 8.000 

• Margem de contribuição unitária: R$ 18,00 

• Depreciação: R$ 50,00 

PEF = 15000 + 8000 – 50 / 18 

PEF = 1275 

Nesse caso, a empresa deveria vender mensalmente 1275 unidades para não ter prejuízos e zerar suas contas. 

Ponto de Equilíbrio Econômico

Diferente das duas opções anteriores de cálculo, o Ponto de Equilíbrio Econômico indica quanto é necessário faturar para cobrir todas as despesas e garantir um lucro mínimo. 

ponto de equilíbrio econômico = (custos e despesas fixas + lucro mínimo) / margem de contribuição mínima 

• Capacidade produtiva: 2.000 unidades/mês 

• Produção atual: 1.500 unidades/mês 

• Preço de venda: R$ 50,00 por unidade 

• Custo variável: R$ 12 por unidade 

• Custo fixo total: R$ 15.000 

• Despesas variáveis: R$ 20,00 por unidade 

• Despesas fixas totais: R$ 8.000 

• Margem de contribuição unitária: R$ 18,00 

• Depreciação: R$ 50,00 

• Lucro mínimo exigido pelos acionistas: R$ 5.000/mês 

PEE = 15000 + 8000 + 5000 / 18 

PEE = 1555.5 

Para obter o lucro mínimo e zerar todas as contas, a empresa precisa vender pelo menos 1556 unidades. 

Dica de break even point

Reduzir as despesas fixas e aumentar a margem de vendas (com a redução de custo para produzir e vender o produto) pode ajudar o ponto de equilíbrio da empresa. Caso você faça o seu cálculo e sua empresa não esteja equilibrada, reavalie as despesas e os preços de venda. Faça testes até encontrar o equilíbrio.  

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